Fere de leve a frase... E esquece... Nada
Convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada
A mesma coisa cem mil vezes dita.

Mario Quintana

sábado, 26 de março de 2011

Dos cegos do castelo me despeço e vou (tributo a mim mesma)

Quando eu era mais jovem. Eu sou bem jovem ainda, rsss... mas quando eu era mais, eu achava que eu tinha que ser bem humorada, solícita e sensata sempre. Por muito tempo foi assim. Eu fui uma criança queriiiidaaa, fofinha, calma e que colaborava com todos. Uma adolescente legal, estudiosa e que também tinha sua roda de amigos e segredos. Mas eu era muiiito legal com todos. Sim, boa menina, orgulho da mamãe.

Cara, eu olho pra trás e vejo, eu era sim uma chatinha, um porre. Mas as pessoas não achavam isso de mim. Eu estava lá, sempre disponível. E na maioria das vezes as pessoas gostavam muito e inclusive me admiravam. Mas eu, eusinha, sei que naquele tempo, lá no fundo, eu me achava uma pessoa sem sal, sem graça, sem atrativo, chatinha, normal, banal... Sabe pra que? Pelo mesmo motivo que você faz coisas pros outros e depois não tem muita certeza se devia ter feito, pelo mesmo motivo que você se submete as coisas e acha que acabou pagando um preço caro demais... pra ter amor.

Meu povo, a gente quer muito ser amado, admirado, querido. Até quando fazemos coisas esquisitas, estúpidas e sem sentido é disso que estamos atrás.

Eu tive a síndrome da adolescência tranqüila (com um histórico familiar nada tranqüilo, portanto não fazia sentido), achando que agradando todo mundo o amor aconteceria. E ai foi assim, com uma auto-estima que não era das melhores, que eu me dedicava ao mundo e me despedaçava com uma raiva boba que a gente tem achando que o mundo tem que dar tudo de volta.

Mas ok... o tempo passou; rolaram umas chacoalhadas no meio do caminho pra ver se a garota se tocava que podia ser uma pessoa bem mais interessantinha do que aquele ser afetuoso e bondoso. Tive amigos que me chacoalharam, tive uma relação que se arrastou por anos por obsessão minha (em que eu era inteira e ele so queria meia pessoa, meia Bia) mas que serviu pra acordar, tive a universidade e tive a mim mesma. Me revirei do avesso, escarafunchei, procurei, vigiei, esquadrinhei até me despedir de alguns cegos do castelo, e achar algo parecido com o que eu desejava ser...

E o que quero ser é a Bi / Bia, a Bia que vai ao psicodália pela primeira vez sentindo que ta fazendo uma super ousadia, a Bi que é irônica, a Bia que fica mal humorada pela manhã, a Bia que engata em uma bobagem atrás da outra. A Bia intransigente e que tranca a porta do quarto, a Bi que abre a porta e quer todo mundo por perto. A Bia que quer retorno e investimento nas relações, a Bia que faz longos silêncios, que fala palavrão; A Bia que ri alto e que adora sambar. A Bia que não suporta ver pessoas que ama se afundando no raso, mas vez ou outra se afunda também. A Bia que se apaixona e acha que aquele ser pode ser tudo na vida dela, a Bia que se decepciona e quer ficar longe por um tempo. A Bi/Bia que finalmente, para Lu, Julie, Pati, Marta, Clarete, vai fazer 30 (trintaaaa) e vai fazer A FESTA... a Bia do maracatu pro desespero do Chris e do Blues pra alegria do movimento;;; A tia Bi apaixonada pela gotosinha; A Bia que sente saudades, imensas saudades e tem seções nostálgicas da vida, a negrinha que não é sempre tão positiva assim, mas que procura uma saída.

A afro-descendente que ta aí. To na área, to disposta, to querendo, e ta bem bom assim...
E sim, esse texto é um tributo a mim mesma , eu me amo, haha!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu vou torcer

To postando essa música porque ela tem feito o maior sentido pra mim nos ultimos dias... As vezes esqueço de torcer pelas coisas bonitas e queridas e ai sinto que nao sou bem eu, ou melhor que sou eu nao querendo ser... torcer o tempo todo é meio foda... mas quando lembro de torcer pelo menos um pouquinho, me alegro


Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor...

Pelas coisas bonitas
Eu vou torcer
Eu vou!...(2x)

Pelo inverno, pelo sorriso
Pela primavera, pela namorada
Pelo verão, pelo céu azul
Pelo outono, pela dignidade
Pelo verde lindo desse mar...

Pelas coisas bonitas
Eu vou torcer
Eu vou!...(2x)

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor...

Pelas coisas bonitas
Eu vou torcer
Eu vou!...(2x)

Pelas coisas úteis
Que você pode comprar
Com dez reais
Pelo bem estar
Pela compreensão
Pela agricultura celeste
Pelo meu irmão
Pelo jardim da cidade
Pela sugestão
Pelo amigo
Que sofre do coração...

Pelas coisas bonitas
Eu vou torcer
Eu vou!...(2x)

Eu vou torcer pela paz
Pela alegria, pelo amor...

Pelas coisas bonitas
Eu vou torcer
Eu vou!...(2x)

(Jorge Benjor)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

lealdade

EU tomei uma decisão esta semana que me coloca em um lugar que,sob alguns olhos, parecerá cruel, injusta, egoísta, sem compaixão.
A decisão me dói, mas tem que ser feita porque, ao contrário do que aparenta, ela é baseada em afeto, amor e desejo de reparação.
Eu tenho uma verdade: é essa verdade que me define, que diz quem eu sou, que me faz acordar todo dia, que me faz ter esperança quando tudo parece sem saída, que me deixa em paz mesmo quando só, que me mobiliza diante do fato de ter quem amo em risco. A minha verdade é uma mistura de fé com lealdade.
Ser leal é o que crava meu pé e meu coração no que tenho de mais verdadeiro. É impossível ser leal mentindo, disfarçando, fazendo de conta. Talvez por isso ela possa doer; porque só funciona com a sinceridade. Mas a minha lealdade é cheia de fé, de vontade de ver quem amo feliz, de esperança de que é na verdade que se cresce e se é capaz de mudar.
Se a minha lealdade, a princípio, ferir quem me é caro e especial, me perdoe, ela é o que tenho de mais especial e sincero a te oferecer.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

pra começar

pra começar o ano, uma festa de arromba (como diz meu amigo Chris) na casa de um querido casal de amigos
pra começar, amigos aqui em casa, dias seguidos, bebendo, contando piada, brincando, rindo, dormindo pelos cantos
pra começar, pizza
pra começar, reaproveitamento do jantar do reveillon
pra começar, praia
pra começar, trânsito
pra começar o ano, muito trabalho
pra começar o ano, pega e leva sobrinha
pra começar o ano, susto
pra começar, acidente com a familia e coração na mao
pra começar, a vida gritando
pra começar, sem chão
pra começar, medo da perda
pra começar, Dna Augusta dando os primeiros sinais dos seus 91 anos frágeis
pra começar janeiro, o motoqueiro fugindo da policia bate no carro
pra começar paciencia e oração
pra começar o ano, feijoada de despedida
pra começar o ano, as cicatrizes no corpo e o agradecimento
pra começar, a vida preservada
pra começar o ano, a certeza da vida frágil, da vida desejada, de que o tempo é o senhor da razão e de que é preciso a banal, piegas e indispensável esperança...
ai vem 2011...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

confusa

Faz tempo que não escrevo.
Não é bom sinal quando paro de escrever geralmente. Dessa vez to pouco inspirada.
To sentindo falta de coisas simples, de um monte de coisas.
Hoje to queixosa e reclamona silenciosamente. Tenho saudade de quem ta vivo e quem ta morto, tenho saudade de quem ta perto e quem ta longe. To sentindo falta até de quem mandei embora dias atrás... To com saudade de quem já voltou e dos que ainda não foram.
Tenho uma irritação constante nos últimos dias que se ameniza sempre que to perto dos meus amigos, obvio. Meus amigos, minha salvação... To chateada, to mal humorada, to ranzizinha, uma dose de amigos. Amigos falando, rindo, amigos em silencio, email de amigos, mensagem de amigos, cerveja com amigos...
O ser masculino também me ajuda no processo...pode até ser minha salvação, mas they are confusing me in the last days... então cito que certamente meus amigos sao minha salvação enquanto a espécie masculina é o que me faz oscilar entre sou sã, sou louca, ta tudo bem, ta tudo errado... vai dar tudo certo, nada vai dar certo...
Da pra ser simples e tranquilo??
Papai Noel e as entidades de virada de ano que me ouçam. Quero um coração repleto e sereno no ano de 2011...e quero sobretudo continuar desejando que a vida seja sempre melhor...desejo continuar desejando em 2011...
Desejo o mesmo pra você, começando agora.

domingo, 28 de novembro de 2010

Declaração

8 anos... Há extamente 8 anos atrás eu tive a maior felicidade que eu já experimentei e o pior medo que já pude sentir. Minha vida se encheu de alegria quando uma pequena veio ao mundo. Não, não é minha filha. Não, não sou mãe. Mas me parece que o amor que eu sinto passa por perto, e é só por perto mesmo do amor maternal. Não creio que qualquer amor possa ser maior do que o de uma mãe por sua cria, mas sei que o que eu senti em 28 de novembro de 2002 quando uma pequena franzina foi para os meus braços é um tanto inexplicável. E com o passar do tempo isso só se confirmou.
Tainá, foi e é muitas vezes meu olhar diferente pro mundo. E eu soube desde a primeira hora em que a recebi por aqui. Tive uma espécie de colapso, ausência da realidade, e medo imenso de que aquela estrelinha sofresse.
Excesso de cuidado, superproteção ou revivendo algo que não era daquela criança mas de outra que mora dentro de mim... não importa. Meu amor por ela é imenso e é o amor mais feliz que eu podia sentir.

A Tainá me ensina de tempos em tempos um mundo de coisas de formas simples:

Muitos dias da sua existência podem ser os melhores: "tia hoje é o melhor dia da minha vida". (sendo que ha uma semana atrás, e há 3 meses, e no início do ano e ontém também tinha sido)
A saudade não tem lógica ou tempo: "tia eu sei que é estranho viajar num dia e voltar no dia seguinte e uma pessoa sentir muita saudade, mas foi o que eu senti por você quando você viajou esta semana"
Que uma dor pode ser insuportável: "se essa dor no dedo não passar, nunca mais vou poder fazer nada na vida"
O amor não é simples: "porque será que eu sou tão amada?"
Pedir afeto é pedir afeto: "alguem me ama um pouco mais hoje por favor"
O processo de insonia: "sabe quando seu corpo tá cansado, mas sua cabeça grita: "vamos brincar, vamos brincar, vamos brincar", por isso não consigo dormir.

Essa menina, essa menina, é a menina dos meus olhos, me ensina todos os dias coisas complexas em tom simples, me transforma o olhar as vezes já viciado e refresca meu coração tão rotineiro.

Feliz aniversário Táta!

Com amor
Tia Bi

sábado, 27 de novembro de 2010

Voltei

Sim eu fui no show do Paul McCartney... e foi o melhor show da minha vidaaa! Voltei renovada achando que todo mundo se ama muito e que a vida pode ser muito boa. Voltei assim sendo bem piegas, bem romantica, bem mulhersinha.
Voltei assim, chorando mais do que ja costumo e rindo por mais besteiras do que de costume...
Voltei com novos amigos e com amizades velhas fotalecidas
Voltei nao querendo magoar as pessoas (essa parte ai sei que é sonho meu)
Voltei com saudades e vontade de que essa sensação fique...
Voltei com a ficha caindo de que vai rolar mais uma perda em breve... perdas anunciadas...
Voltei olhando pra pessoas e fatos que não faziam tanta diferença antes.

Quero tanto que essa sensação fique, que as vezes nao a aproveito por medo de que ela acabe. Só que isso não é como um crédito que você tem tempo pra gastar quando se quer. Ou se aproveita quando se sente ou não. Ou se tem o momento ou não... ou se vive ou não...